terça-feira, 10 de novembro de 2009

RISCOS DA EXPOSIÇÃO HUMANA

São conhecidos, atualmente, 17 compostos similares designados pelo termo aflatoxina, porém, os principais tipos de interesse médico-sanitário são identificados como B1, B2, G1 e G2. Estes compostos caracterizam-se pela elevada toxicidade que apresentam e, portanto, os riscos da exposição humana à estas micotoxinas podem acometer grandes prejuízos à população.

Os órgãos mais freqüentemente afetados são o fígado, os rins, o cérebro, os músculos e o sistema nervoso. A exposição a altas concentrações de aflatoxinas produz graves danos principalmente no fígado, tais como necrose, cirrose hépatica, carcinoma ou edema. A capacidade de absorção e processamento de nutrientes é gravemente comprometida. A exposição crónica a níveis sub-críticos de aflatoxina não é tão grave, mas aumenta a probabilidade de desenvolvimento de cancro hepático.

No entanto, a hipótese de associação causal entre a ingestão de aflatoxinas e o desenvolvimento de enfermidades humanas continua sendo, ainda hoje, objeto de controvérsias. Mesmo assim, desde a descoberta das aflatoxinas, em 1960, diversos países adotaram limites de tolerância para essas toxinas em produtos destinados ao consumo humano. O Brasil, com base nos conhecimentos então disponíveis, estabeleceu, em 1977, o limite de 30 µg/kg em qualquer tipo de alimento. Desconhece-se, contudo, se este valor ainda representa ou não risco significativo para o desenvolvimento do câncer hepático. Na última década, porém, intensas pesquisas contribuíram para melhor caracterizar os possíveis efeitos das aflatoxinas sobre a saúde humana, com destaque para os experimentos sobre a atividade biológica da AFB1 nas células hepáticas, no âmbito molecular, e sua aplicação em estudos populacionais. Desta forma, isto vem possibilitando uma quantificação mais precisa do grau de exposição às aflatoxinas.
A contaminação de derivados de amendoim, como paçocas e outros doces, assume destacada relevância em saúde pública, dado que as crianças constituem os principais consumidores desses produtos.

Desta forma, ainda são escassas as informações sobre surtos de aflatoxicose em humanos e seus possíveis riscos à saúde da população, devido, principalmente, às dificuldades da assistência médica e sistemas de vigilância nas áreas onde os níveis de contaminação por aflatoxina são ainda altos nos alimentos; por isso muitos casos não são diagnosticados ou notificados. Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, no Brasil não há dados sobre os riscos da exposição humana às micotoxinas em relação a surtos ou casos por essas intoxicações.

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